quinta-feira, 30 de outubro de 2008

MENSAGEM DO DIA 31/10/2008

Vidas Sem Rumo

Era um sábado de sol e uma família aproveitava o início do verão para fazer um passeio diferente. Informados de que uma ilha, situada à meia hora de barco do litoral, era um lugar agradável e belo, não hesitaram. O pai comprou as passagens de barco, a mãe arrumou as crianças e chamou a vovó para compartilhar do passeio. Nas mãos uma mochila com alguns apetrechos de praia para garantir um dia tranqüilo. E só. Não se informaram sobre o que realmente encontrariam, nem sobre o que deveriam levar para passar o dia. Não se inteiraram também sobre o que havia para ser visto e se tinha algum tipo de guia no local para facilitar-lhes a empreitada. Quando desembarcaram não atentaram para os demais passageiros, para onde iriam, ou que rumo tomariam. Discutiam entre si para decidir o que fariam e, por fim, acabaram tomando uma trilha, dentre as muitas que havia, e caminharam muito, sem saber sequer para onde se dirigiam. Passaram por pequeninas vilas, cruzaram riachos e pontes, até alcançar uma praia pequena, sem movimento e sem grandes atrativos. Os mosquitos e o sol inclemente tornaram o passeio ainda mais difícil. A ausência de um local apropriado para o almoço, para um descanso, também foi motivo de discussão entre os membros da família. Horas depois de terem desembarcado, o único desejo de todos era retornar ao barco e voltar o mais rápido possível para casa. Não conseguiam conceber como alguém poderia ter, em sã consciência, recomendado um programa como aquele. Quando, enfim, conseguiram encontrar o caminho de volta e localizaram o trapiche onde haviam desembarcado, puderam sentar-se à sombra e comprar água fresca para beber. Todos cansados e irritados, começaram a perceber as pessoas em volta e notaram os comentários que faziam a respeito da ilha. Uns falavam ter adorado a vista do morro onde ficava o farol. Mas, de que farol falavam? Outros diziam que a fortaleza construída há mais de duzentos anos era um espetáculo à parte. Fortaleza? Onde fortaleza? Falavam também de praias de águas mansas e transparentes onde as crianças podiam brincar sossegadas. Onde, afinal, ficavam tais praias? Quando a família se alojou no barco que a levaria de volta ao continente, pai, mãe, avó e filhos se entreolharam e se deram conta de que haviam desperdiçado o dia. Perceberam que por falta de planejamento, de diálogo e de cuidado, deixaram de conhecer as belezas daquele lugar, e que haviam sofrido desnecessariamente. Esboçaram um sorriso sem graça e voltaram para casa em silêncio, pensativos e desapontados. ......................................

Muitos também passamos pela vida assim. Vivemos por viver, sem saber ao certo o que fazer dessa oportunidade abençoada. Não planejamos nossas condutas e repetimos mil vezes os mesmo erros, insistindo em antigos vícios. Não sabemos o que queremos alcançar, quem queremos ser, e assim desperdiçamos horas, dias, anos... Desperdiçamos a vida. Quem não sabe aonde pretende ir não chega a lugar algum. Corre o risco de andar em círculos ou, ainda, de acabar sofrendo riscos e dores desnecessárias. Planejemos, no presente, o nosso futuro. Tracemos rumos seguros para nossa vida.



MENSAGEM DO DIA 30/10/2008

Auxílio Mútuo

Em zona montanhosa, através de região deserta, caminhavam dois velhos amigos, ambos enfermos, cada qual a defender-se quanto possível contra os golpes do ar gelado, quando foram surpreendidos por uma criança semi-morta na estrada, ao sabor da ventania de inverno. Um deles fixou o singular achado e exclamou, irritadiço: Não perderei tempo! A hora exige cuidado para comigo mesmo. Sigamos à frente. O outro, porém, mais piedoso, considerou: Amigo, salvemos o pequenino. É nosso irmão em humanidade. Não posso - disse o companheiro endurecido. Sinto-me cansado e doente. Este desconhecido seria um peso insuportável. Temos frio e tempestade. Precisamos chegar a aldeia próxima sem perda de minutos. E avançou para adiante em largas passadas. O viajor de bom sentimento, contudo, inclinou-se para o menino estendido, demorou-se alguns minutos colando-o paternalmente ao próprio peito, e aconchegando-o ainda mais, marchou adiante, embora menos rápido. A chuva gelada caiu metódica pela noite adentro, mas ele, amparando o valioso fardo, depois de muito tempo, atingiu a hospedaria do povoado que buscava. Com enorme surpresa, porém, não encontrou aí o colega que havia seguido na frente. Somente no dia imediato, depois de minuciosa procura, foi o infeliz viajante encontrado sem vida numa vala do caminho alagado. Seguindo a pressa e a sós, com a idéia egoísta de preservar-se, não resistiu a onda de frio que se fizera violenta, e tombou encharcado, sem recursos com que pudesse fazer face ao congelamento. Enquanto que o companheiro, recebendo em troca o suave calor da criança que sustentava junto do próprio coração, superou os obstáculos da noite frígida, salvando-se de semelhante desastre. Descobrira a sublimidade do auxílio mútuo. Ajudando o menino abandonado, ajudara a si mesmo. Avançando com sacrifício para ser útil a outrem, conseguira triunfar dos percalços do caminho, alcançando as bênçãos da salvação recíproca. ..................................... As mais eloqüentes e exatas testemunhas de um homem perante o Pai Supremo são as suas próprias obras. Aqueles que amparamos constituem nosso sustentáculo. O coração que amparamos constitui-se agora ou mais tarde, em recurso a nosso favor. Ninguém duvide! Um homem sozinho é simplesmente um adorno vivo da solidão, mas aquele que coopera em benefício do próximo é credor do auxílio comum. Ajudando, seremos ajudados. Dando, receberemos. Esta é a Lei Divina.