sexta-feira, 11 de abril de 2008

Mensagem do dia 15/04/2008

Construtores da Vida

Por mais que gostemos da vida no corpo físico, um dia, todos morreremos, isto é fato. Morrem os pobres e morrem também os ricos. Foi assim que um dia aquele homem, que detinha poder e muitas posses, foi habitar o além. Foi recebido pelo benfeitor, encarregado de conduzi-lo à sua nova residência. Caminhavam calmamente por um lugar pitoresco, com ruas calmas, um gramado extenso e grande variedade de árvores e jardins. Ao passarem por uma das casas, o benfeitor mostrou-a ao homem e lhe disse: "observe! Aquela é a casa de sua cozinheira." "Mas ela ainda não morreu", respondeu o homem. Sem dar nenhuma resposta, andaram por mais algum tempo e o orientador mostrou outra casinha graciosa e disse: "essa é a casa do seu jardineiro." Ambas eram casas muito agradáveis. Simples, mas aconchegantes. Jardins com flores silvestres e pássaros voejando e cantando por entre as borboletas que pousavam de flor em flor. Discretos regatos com águas cantantes e cristalinas cortavam os gramados verdes. O homem estava muito animado, pois se seus empregados teriam moradias tão agradáveis, o que não estaria reservado a ele, um homem rico e poderoso? Caminharam por mais algum tempo, quando o benfeitor parou diante de um barraco, localizado numa área menos clara e quase sem nenhum encanto. Com um gesto gentil indicou ao homem sua nova residência. O homem teve um sobressalto. Indignado perguntou ao orientador: "como posso eu, um homem rico e possuidor de muitos bens, morar agora nesse barraco caindo aos pedaços? Sem dúvida deve ser uma brincadeira!" "Infelizmente não é, meu filho", falou amavelmente o benfeitor. E acrescentou: "todas as construções são feitas com os materiais que vocês nos enviam diariamente enquanto estão na Terra. São materiais invisíveis aos olhos físicos, mas firmes o bastante para construir um recanto sólido aqui, nesse novo mundo. Cada gesto nobre, cada boa ação, cada trabalho realizado com honestidade e desinteresse, são matérias primas importantes aplicadas nos tesouros verdadeiros deste lado da vida." "Mas como saber disso, se ninguém me avisou enquanto estava na Terra?", objetou o infortunado. "Ora, meu filho, talvez você tenha esquecido, mas há mais de dois milênios se ouve falar de um Homem chamado Jesus, que orientou muito bem sobre essa questão, recomendando que se construíssem tesouros no céu, onde nem a traça come nem os ladrões roubam." Pensativo e sem argumentos, o homem adentrou seu mísero barraco, em busca de um mínimo de conforto para sua alma inquieta.


..............................

A parábola nos conduz a riquíssimas reflexões. Nossos maiores tesouros são as virtudes. A compaixão, a fraternidade, a solidariedade, a ternura, o afeto, são elementos importantes na construção da beleza e da harmonia. A honestidade, a dignidade, a humildade, a indulgência e a justiça, são virtudes essenciais para construções sólidas e indestrutíveis. Assim sendo, vale a pena investir nesses tesouros desde hoje, pois a imortalidade não é uma proposta para ser pensada depois da morte, é uma realidade para ser vivida hoje.
Mensagem do dia 14/04/2008

A Honestidade Não Tem Preço

A história é comovente. Fala de uma honestidade a toda prova, e é contada por Vladimir Petrov, jovem prisioneiro de um campo de concentração no nordeste da Sibéria. Vladimir tinha um companheiro de prisão chamado Andrey. Ambos sabiam que daquele lugar poucos saíam com vida, pois o alimento que se dava aos prisioneiros políticos não tinham por objetivo mantê-los vivos por muito tempo. A taxa de mortalidade era extremamente alta, graças ao regime de fome e aos trabalhos forçados. E como é natural, os prisioneiros, em sua maioria, roubavam tudo quanto lhes caía nas mãos. Vladimir tinha, numa pequena caixa, alguns biscoitos, um pouco de manteiga e açúcar - coisas que sua mãe lhe havia mandado clandestinamente, de quase três mil quilômetros de distância. Guardava aqueles alimentos para quando a fome se tornasse insuportável. E como a caixa não tinha chave, ele a levava sempre consigo. Certo dia, Vladimir foi despachado para um trabalho temporário em outro campo. E porque não sabia o que fazer com a caixa, Andrey lhe disse: deixe-a comigo, que eu a guardo. Pode estar certo de que ficará a salvo comigo. No dia seguinte da sua partida, uma tempestade de neve que durou três dias tornou intransitáveis todos os caminhos, impossibilitando o transporte de provisões. Vladimir sabia que no campo de concentração em que ficara Andrey, as coisas deviam andar muito mal. Só dez dias depois os caminhos foram reabertos e Vladimir retornou ao campo. Chegou à noite, quando todos já haviam voltado do trabalho, mas não viu Andrey entre os demais. Dirigiu-se ao capataz e lhe perguntou: - Onde está Andrey? - Enterrado numa cova enorme junto com outros tantos prisioneiros - respondeu ele. Mas antes de morrer pediu-me que guardasse isto para você. Vladimir sentiu um forte aperto no coração. - Nem minha manteiga nem os biscoitos puderam salvá-lo, pensou. Abriu a caixa e, dentro dela, ao lado dos alimentos intactos, encontrou um bilhete dizendo: "Prezado Vladimir. Escrevo enquanto ainda posso mexer a mão. Não sei se viverei até você voltar, porque estou horrivelmente debilitado. Se eu morrer, avise a minha mulher e meus filhos. Você sabe o endereço. Deixo as suas coisas com o capataz. Espero que as receba intactas." Andrey.

..............................

Ser honesto é dever que cabe a toda criatura que tem por meta a felicidade. E a fidelidade é uma das virtudes que liberta o ser e o eleva na direção da luz. Uma amizade sólida e duradoura só se constrói com fidelidade e honestidade recíprocas. Somente as pessoas honestas e fiéis possuem a grandeza d’alma dos que já se contam entre os espíritos verdadeiramente livres.