quinta-feira, 27 de março de 2008

MENSAGEM DO DIA 28/03/2008

A Arte de Cultivar Virtudes

Um avô e seu neto, caminhando pelo quintal, ora se agachando aqui, ora ali, em animada conversação, não é cena muito comum nos dias atuais. O garoto, de 4 anos de idade, aprendia a cultivar e a cuidar das plantas com o exemplo do seu avô, que tinha tempo para o netinho sempre que este o visitava. Era por isso que o pequeno Nícolas acariciava as mudinhas que havia plantado e dizia: "quem planta colhe, né vovô?" Mas o avô não é habilidoso apenas no cultivo de plantas, é hábil também na arte de cultivar virtudes. Entre uma conversa e outra, entre a carícia numa flor e uma erva daninha que arrancava, ele ia cultivando virtudes naquele coração infantil. Ia ensinando que para obter frutos saborosos e flores perfumadas é preciso cuidado, dedicação, atenção e conhecimento. E que, acima de tudo, é preciso semear, pois sem semeadura não há colheita. O cuidado do pequeno Nícolas pelas plantas era fruto do ensinamento que recebeu desde pequenino, pois nem sempre foi assim. Quando começou a engatinhar, suas mãozinhas eram ligeiras em arrancar tudo o que via pela frente, como qualquer bebê que quer conhecer o mundo pela raiz... E, se não tivesse por perto alguém que lhe ensinasse a respeitar a natureza, talvez até hoje seu comportamento fosse o mesmo, como muitas crianças da sua idade ou até maiores. Importante observar que as melhores e mais sólidas lições as crianças aprendem no dia-a-dia, com os exemplos que observam nos adultos. É mais pela observação dos atos, do que pelos conselhos, que os pequenos vão formando seus caracteres. Se a criança cresce em meio ao desleixo, ao descuido, às mentiras, ao desrespeito, vendo os adultos se agredindo mutuamente, ela aprenderá essas lições. Assim, se temos a intenção de passar nobres ensinamentos a alguém, se faz necessário que prestemos muita atenção ao nosso modo de vida, às nossas ações diárias. Como todo bom jardineiro, os educadores devem ser bons cultivadores de virtudes e valores. Devem observar com cuidado as tendências dos filhos e procurar semear na alma infantil as sementes das quais surgem as virtudes, ao tempo em que as preservam das ervas-daninhas, das pragas, da seca e das enchentes. Sem esquecer o adubo do amor. A alma da criança que cresce sem esses cuidados básicos por parte dos adultos, geralmente se torna campo tomado pelas ervas más dos vícios de toda ordem. E, de todas as ervas más, as mais perigosas são o orgulho e o egoísmo, pois são as que dão origem às demais. Por isso a importância dos cuidados desde cedo. E para se ter êxito nessa missão de jardineiro de almas, é preciso atenção, dedicação, persistência, determinação. O campo espiritual exige sempre o empenho do amor do jardineiro para que possa produzir bons resultados. E o empenho do amor muitas vezes exige alta dose de renúncia e de coragem. Coragem de renunciar aos próprios vícios para dar exemplos dignos de serem seguidos. Os jardins da alma infantil são férteis e receptivos aos ensinamentos que percebem nas ações dos adultos. Por essa razão vale a pena dedicar tempo no cultivo das virtudes, antes que as sementes de ervas-daninhas sejam ali jogadas, nasçam e abafem a boa semente.


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Para que você seja um bom cultivador de almas, é preciso que tenha em sua sementeira interior as mudinhas das virtudes. Somente quem possui pode oferecer. Somente quem planta, pode colher. Pense nisso, e seja um cultivador de virtudes.
MENSAGEM DO DIA 27/03/2008

Uma Ocasião Especial

Era com muita dor que aquele homem retirava do guarda roupas um frasco de perfume francês com o qual presenteara sua esposa quando da sua última viagem ao exterior. Isto, disse ele, é uma das coisas que ela estava guardando para uma ocasião especial. Bem, acho que agora é a ocasião, falou demonstrando profunda amargura. Segurou o frasco com carinho e colocou-o na cama junto com os demais objetos que havia separado para levar à funerária. Olhou consternado para os pertences guardados, fechou a porta do armário, virou-se para os demais familiares que estavam com ele e disse-lhes com voz embargada: "Nunca guardem nada para uma ocasião especial, já que podemos criar a cada dia uma ocasião muito especial." Independente do valor e do significado dos objetos, muitos de nós temos os nossos guardados para ocasiões especiais. São as peças presenteadas por ocasião do casamento, roupas adquiridas para esse fim, salas reservadas para essas circunstâncias. Alguns de nós chegamos a ficar neuróticos só de pensar em deixar os filhos brincar na sala de visitas, pois temos que preservá-la intacta para uma ocasião especial, para receber visitas especiais, como se eles não o fossem. São todas essas coisas que perdem totalmente o valor quando a ocasião especial é a do funeral de um ente querido. Um filho que se vai, sem que o tenhamos deixado tomar café naquela xícara rara que herdamos da nossa bisavó. O esposo que se despede sem poder contemplar a esposa vestindo a lingerie nova que lhe deu de presente no último aniversário de casamento. No campo dos sentimentos também costumamos fazer as nossas economias para ocasiões especiais. É aquela frase mágica que estamos guardando para dizer num dia muito especial... Uma declaração de amor que estamos preparando para dizer quando as circunstâncias forem propícias... Um gesto de carinho que evitamos hoje, por julgar que a pessoa ainda não está preparada para receber. Um pedido de perdão que estamos adiando para um dia que nunca chega... A carta a um amigo que não vemos há tempos, pedindo notícias. A conversa amistosa com alguém que nos considera um inimigo, a fim de esclarecer dúvidas e resolver pendências, enquanto estamos a caminho, como aconselhou Jesus. Enfim, pensemos que cada dia, é um dia especial. Cada hora é uma hora muito especial... Cada segundo, é um tempo especial para se criar uma ocasião perfeita e fazer tudo o que deve ser feito. Não vale a pena economizar as coisas boas. É preciso viver intensamente cada fração de tempo que Deus nos permite estar em contato com as pessoas que nos rodeiam.


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As palavras de carinho que deixamos de dizer... As promessas que deixamos de cumprir... As flores que deixamos de ofertar... A mensagem de esperança que não espalhamos... De tudo isso poderemos nos arrepender amargamente quando, numa ocasião especial, estivermos partindo deste mundo, ou nos despedindo de alguém que parte.