segunda-feira, 17 de setembro de 2007

UMA DAS COLUNAS ISTO POSTO - SEMANA PASSADA - P.Martins


ALI BABÁ “DOIS”

O chamado Ali Babá brasileiro não foi denunciado junto ao Supremo. Foi um erro. Tanto que ensejou animação a um bando de delinqüentes abrigados sobre o corrosivo manto da impunidade do Senado, a praticarem a defesa do corrupto que preside aquela casa. Certamente se animaram em torno do fato que revela que quando o bando atinge o numero de quarenta, o mafioso mor deverá ser blindado. Foi assim em torno dos pronunciados no Supremo e, foi assim na quarta feira quando justamente quarenta – mais uma vez o numero sintomático – absolveu o Dom Corlione tupiniquim. A diferença nessas semelhanças é que o Ali Babá da literatura roubou de ladrões e, os nossos roubaram do povo, da sociedade e são absolvidos. Metade do “Senado da República” é composta de canalhas, escreveu certa ocasião um colega jornalista. Foi processado, houve sentença e, ao lhe exigirem retratação, não se fez de rogado e escreveu:
“Metade do Senado não é composta de canalhas”.
Pronto, embora a “retratação” a verdade não foi alterada. Desde a última quarta feira os brasileiros devem estar dizendo: “Metade do senado é composta de canalhas”. Acrescente-se “delinqüentes, safados” e outros adjetivos que hoje, mais do que nunca, fazem por merecer. Resta ao Brasil, agora, restaurar o respeito de cidadania aos senhores Marcola, Fernandinho Beira Mar, Marcos Valério, Delúbio Soares e, em memória póstuma, a Lampião, Silvério dos Reis, P.C. Farias, ao mesmo tempo em que se pede para não mais dispararem insultos contra homens como Paulo Maluf, Roberto Jéferson e similares. São cidadãos “dignos de respeito” a partir da nova cultura criada pelo senado brasileiro na última quarta feira.

GRIFE

O senado brasileiro não perdeu os escrúpulos, pois não se perde o que não se tem.

KETCHUP

Por “jurisprudência de lamaçal”, consagrada no Senado brasileiro, salvem o Corinthians. Afinal, todos são iguais perante a lei.

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No regime militar um escândalo como esse envolvendo o quadrilheiro que foi absolvido no Senado não ocorreria. Havia o que era chamado de Ato Institucional. E por esse instrumento, um delinqüente como o que foi inocentado por seus semelhantes, simplesmente seria cassado sem nenhum circo a envolver todos os palhaços circunstantes.

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Petista, a bordo das trapaças que usam para burlar o bom senso do povo, afirmou que “o senado estava salvo como instituição”. Justamente “como instituição” é que está liquidado.

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Renam Calheiros está autorizado a continuar multiplicando seus bois à revelia de processos honestos, assim como a continuar comprando emissoras de radio e jornais com o dinheiro que falta nos salários dos professores, dos policiais, dos trabalhadores brasileiros, enfim.

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Após ter o senado disparado o tiro de misericórdia na dignidade, na ultima quarta feira, uma das mais notáveis personalidades brasileiras – RUI BARBOSA – foi a mais lembrada. Disse ele quando em vida:
“O Brasil seria melhor se os homens de bem tivessem a ousadia dos canalhas”.

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Cascavel, lá pela década de setenta, contava com um lupanar conhecido como “Casa da Chiquinha”. Creiam que o seu “status” era acentuadamente mais respeitável do que o atual Senado brasileiro.

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Em nota à imprensa, Renan Calheiros afirmou que o que aconteceu no senado foi “VITÓRIA DA DEMOCRACIA”.
Coluna ISTO POSTO - Paulo Martins - Sábado - 15/09/2007 - GAZETA DO PARANA


A HISTÓRIA AGREDIDA

Kennedy Alencar é o nome que vi assinado numa coluna publicada pela Folha de São Paulo, que discorria sobre o infame e parcial livro que trata sobre o período em que os militares brasileiros, a bordo da responsabilidade de cuidar dos mais valiosos princípios desta Nação, defenderam, por imperioso patriotismo, o status de liberdade e democracia que o comunismo internacional desejava demolir. Ocorre que o signatário do artigo em referência – se é colega não sei – ao mesmo tempo em que precisa ter reconhecido o direito de pensar como desejar, ignorou que a ética literária não lhe autoriza deturpar fatos históricos – o que ele fez – a bordo da decisão de defender um dos mais corrosivos, parciais e mentirosos compêndios (o livro em apreço) relacionados com o período em que os militares desenvolveram a ordem e o progresso deste nosso Brasil. O “moço”, acredito que o seja já que não houve resposta de e-mail que pedia sua idade, acredito, à época, deveria estar ainda no útero da mãe ou, quem sabe, nem ali ainda havia desaguado, quando ocorreu a “tentativa de golpe” e a reação através do “contra golpe” exigido pela sociedade brasileira. A verdade verdadeira, histórica e irrefutável, esclarece que a ação dos militares foi, sim, “um contra golpe”, reação que baniu, então, essa crosta ideológica pegajosa e infame que esperneia e sobrevive em alguns raros cantos menos exigentes deste nosso planeta, um dos quais Cuba. E por ter certeza de que lá em 64 o missivista não estava - ou não cavalgaria em falsidades, acredito - é que me permito, eu que lá estive, alertar aqueles que se assanham a bordo de inverdades e do “ouvi dizer”, que um dos mais gratificantes bônus reconhecido e oferecido pela opinião pública a um jornalista é o da credibilidade – aliás, o principal – mas para merecê-lo, é imperioso preservar a verdade em notícias ou em artigos ou em notas soltas, rodapés ou seja lá em qual circunstância e, se assim é, torna-se recomendável revisar escritos antes de publicá-los enfaixados em falsidades e tolices. Ainda a bem da verdade, o livro que até o defectível governo Lula defende, está na contra mão da realidade do que foi o período de governo militar e, mais ainda, envolvem-no na abjeta tentativa de redimir delinqüentes que sobreviveram, apesar dos seqüestros, assaltos e assassinatos que promoveram e hoje buscam escamotear pelas mentiras que tentam transformar em verdades. Não são verdades, ao contrário, são balelas que produtores de artigos de falso conteúdo tentam consagrar e falsidades que liquidam com o trunfo principal de um profissional de imprensa e que é – repito – a credibilidade. E porque afirmo com convicção o que aqui está nessas “mal traçadas linhas”, principalmente a respeito dos ataques ao que ocorreu no final de março de 1964 pelo tal livro infame? Qual a minha “credencial” de sustentação? Uma muito simples...EU ESTAVA LÁ, NAQUELE MARÇO DE 1964. Vivi tudo aquilo que hoje, indivíduos desinformados, ALÉM DE OUTROS MAL INTENCIONADOS, tentam deturpar em favor de uma ideologia jurássica, medieval, fracassada, corrompida e incapaz. Eu estava lá, assistindo as circunstâncias do “contra-golpe” que elementos que hoje inspiram artigos e livros, insistem em batizar como golpe. Graças aos militares hoje não temos um Brasil cubanizado, comunistado, ditatorial e dissociado de liberdades. Assim é que, faz-se mister aconselhar-se “escribas” mal informados - ou mal intencionados, repito - a que, antes de escreverem asneiras conflitantes com a realidade, procurem se instruir pelo menos em termos históricos, pois hoje ainda vivem muitos dos que “viveram” aquele período e estão prontos a rechaçar canalhas imbuídos de conspurcar a verdadeira história da redentora revolução de março de 1964. O colunista da Folha escreveu:
“A nota do Alto Comando do Exército sobre o livro `Direito à Memória e à Verdade´ é uma triste notícia para o país”.
Quem o autorizou a falar em nome do País ? Quem ? Já não bastam as trapaças na área política, teremos que também que passar a cultivar trapaças na área jornalística ? Na verdade, o aconselhável seria honrarem os princípios da profissão combatendo a mentira e não ajudando a reforçá-la. Diz ainda:
“O livro conta uma verdade histórica. Pela primeira vez, um documento do governo federal relata em detalhes atos cruéis da ditadura militar (1964-1985).”
O livro não conta uma verdade histórica, ao contrário, deturpa a verdade e, agredindo o princípio básico da informação, tenta convencer a opinião pública sobre a versão de apenas um lado da história e, justamente o lado dos bandidos, dos terroristas, dos seqüestradores, dos assassinos, dos assaltantes de bancos, aos quais articulistas vez ou outra decidem se associar. Enfim, há ocasiões em que somos obrigados a lamentar estarmos irremediavelmente nessa profissão jornalística, e isso ocorre quando constatamos que certos “colegas” fazem parte dessa nobre atividade, mas sem se preocuparem em honrar os elementares princípios da honestidade da informação. Mas, fazer o que, tentar enfraquecer “o fruto de certos determinismos genéticos”, às vezes é árdua e nada exitosa empreitada.