segunda-feira, 11 de junho de 2007

MENSAAGENS PARA OS ENAMORADOS

Como eu Te Amo

Como se ama o silêncio, a luz, o aroma,
O orvalho numa flor, nos céus a estrela,
No largo mar a sombra de uma vela,
Que lá na extrema do horizonte assoma;
Como se ama o clarão da branca lua,
Da noite na mudez os sons da flauta,
As canções saudosíssimas do nauta,
Quando em mole vaivém a nau flutua,
Como se ama das aves o gemido,
Da noite as sombras e do dia as cores,
Um céu com luzes,um jardim com flores,
Um canto quase em lágrimas sumido;
Como se ama o crepúsculo da aurora,
A mansa viração que o bosque ondeia,
O sussurro da fonte que serpeia,
Uma imagem risonha e sedutora;
Como se ama o calor e a luz querida,
A harmonia,o frescor,os sons,os céus,
Silêncio,e cores,e perfume,e vida...
Autor ( Gonçalves Dias )

Te amo demais
Uma confissão...eu te amo.
Um desejo...estar com você
Um voto...sua felicidade
Um sonho...ter você eternamente
Uma emoção...o primeiro beijo que te dei
Um objetivo...uma vida a dois
Um pedido...por favor me ame
Um lembrete...te amarei sempre
Tudo isso porque...te amo demais
Autor ( Heloisa Rodrigues )

Sinto falta de você
Sinto falta de você
Como o orvalho sente da flor
De pairar sobre suas pétalas
Sinto falta do teu amor
Sinto falta
De me enlaçar em seus braços
Me fazendo viajar por entre
As estrelas no espaço.
Sinto falta do seu beijo que me completa
Do seu amor, que se encaixa perfeitamente em mim.
Sinto falta do seu olhar, do seu sorriso
Dos longos carinhos sem fim.
Sinto tanta, mais tanta saudade
Que não consigo me conter.
Gostaria de correr contra o tempo
Porque simplesmente, sinto falta de você!
Autor ( Suzi Vieira )






10 dicas para você se preparar para atrair e conquistar um grande amor

1º Faça sua própria sorteHá mais chances de você ganhar na loteria do que um grande amor bater à sua porta. Portanto, arrume o que fazer, tenha novos interesses e saia de casa. Aceite convites dos amigos. Saiba que os “príncipes” ou as “princesas” podem estar onde e quando menos esperamos, em qualquer lugar, por mais bizarro que ele possa parecer. Portanto, esteja receptivo e seja sempre, acima de tudo, você mesmo.
2º SorriaO sorriso abre portas na mente e no coração das pessoas. Sendo ou não um modelo de beleza ditado pela mídia, você tem os elementos principais da conquista: os olhos e o sorriso. O sorriso é um dos pontos mais favoráveis quando o que se quer é atrair uma pessoa. Uma pesquisa realizada na Universidade da Califórnia demonstrou que as pessoas que sorriem mais têm maiores oportunidades de emprego, são mais bem-sucedidas e realizadas e se relacionam mais freqüentemente e com maior êxito do que as pessoas sisudas e com expressão de descontentamento.
3º Olhe nos olhosNão tenha medo de olhar nos olhos, principalmente nos da pessoa a quem você deseja atrair e encantar. Os olhos são, como dizem os poetas, a janela da alma. Eu arriscaria dizer que eles são a porta! Se você quer realmente conhecer uma pessoa, a porta de entrada são os olhos dela. Todos os nossos sentimentos ficam estampados no olhar. É através dele que expressamos o nosso mundo.
4º Relaxe e libere seu corpoÉ bastante comum – e até uma atitude inconsciente – nos “defendermos” de uma pessoa que acabamos de conhecer, por mais que ela nos interesse. Não tenha vergonha de se expressar com gestos, sorrisos e, acima de tudo, espontaneidade. Procure ser o mais natural possível, permitindo dessa maneira que até seus pensamentos e seu raciocínio fluam mais naturalmente.
5º Ouça o que o outro tem a dizerSeu trabalho, seu carro, sua vida familiar e seu egoísmo não são afrodisíacos. Tente manter um diálogo equilibrado, sabendo falar e, principalmente, ouvir. Nada desestimula mais uma pessoa do que ter a impressão de que saiu com uma “matraca”. O velho e bom ditado nos lembra: “Temos dois ouvidos e apenas uma boca”. É como dizer que nossa capacidade de ouvir deve ser duas vezes maior que nossa capacidade de falar, embora também seja fundamental falar!
6º Pense positivoO pensamento negativo nunca leva à ação positiva. Mude sua maneira de pensar e mudará sua sorte. Experimente parar de reclamar e notará grande diferença à sua volta. Se você acredita em si mesmo e aposta nos seus potenciais, na sua raridade e na sua capacidade de fazer diferente, certamente vai aumentar seu magnetismo e atrair e envolver as pessoas antes mesmo de se dar conta disso.
7º Não seja indiscretoVá com calma, pois a maioria das mulheres – e, por incrível que pareça, dos homens também – ainda se assusta com as investidas arrebatadoras e surpreendentes num primeiro momento. É verdade que o toque quebra o gelo e estabelece uma ponte entre as pessoas. Mas lembre-se de que a discrição é um atributo escasso e bastante valorizado.
8º Cuide-seHá até bem pouco tempo, esta seria uma dica para as mulheres, mas os tempos mudaram e as mulheres também preferem homens que se cuidam. Quanto às mulheres, acredito que quando uma mulher não se cuida, é como se ela abandonasse seu papel de musa, de deusa do amor. Ao contrário, quando ela se empenha em realçar seus pontos fortes e em se cuidar é sinal de que possui auto-estima, o que aguça a curiosidade e o interesse do outro.
9º ElogieSaiba ver o que ninguém vê e perceber o que ninguém percebe. Elogie, pois o elogio transforma o coração. Todos nós gostamos de ser elogiados e reconhecidos por nossas qualidades e por nossas atitudes positivas. Os elogios são estímulos para novas gentilezas e aguçam o desejo de fazer melhor, de fazer bem. Elogie sempre, todos os dias, ainda que determinadas atitudes sejam absolutamente corriqueiras.
10º Aceite o “não” como respostaLembre-se sempre do óbvio matemático: nas estatísticas, a resposta não ocupa 50% das possibilidades. Saiba que depois de cada não que você recebe da vida, você se torna mais experiente e melhor! Procure refletir sobre o que o levou a receber esse não. O segredo é estar atento para que suas investidas se tornem cada vez mais adequadas e, assim, irresistíveis. Lembre-se sempre de uma importante regra: seja verdadeiro, diga apenas o que realmente está sentindo. Não iluda, não faça promessas que não está disposto a cumprir apenas para conseguir o que quer naquele momento. Respeite e preserve o outro, pois cada um de nós é a metade de alguém e você certamente gostaria que a sua metade fosse preservada até que vocês se encontrassem, não é?


Um roteiro para ser Feliz no Amor.

1. O amor é um sentimento que faz parte da "felicidade democrática", aquela que é acessível a todos nós. É democrática a felicidade que deriva de nos sentirmos pessoas boas, corajosas, ousadas, etc. A "felicidade aristocrática"deriva de sensações de prazer possíveis apenas para poucos: riqueza material, fama, beleza extraordinária. Felicidade aristocrática tem a ver com a vaidade e é geradora inevitável de violência em virtude da inveja que a grande maioria sentirá da ínfima minoria.
2. É difícil definir felicidade: podemos, de modo simplificado, dizer que uma pessoa é feliz quando é capaz de usufruir sem grande culpa os momentos de prazer e de aceitar com serenidade as inevitáveis fases de sofrimento. É impossível nos sentirmos felizes o tempo todo, mas os períodos de felicidade correspondem à sensação de que nada nos falta, de que o tempo poderia parar naquele ponto do filme da vida.
3. Apesar de ser acessível a todos, o fato é que são muito raras as pessoas que são bem sucedidas no amor. Ou seja, devem existir um bom número de requisitos a serem preenchidos para que um bom encontro aconteça. Não tem sentido pensar que a felicidade sentimental se dê por acaso; não é bom subestimar as dificuldades que podemos encontrar para chegar ao que pretendemos; as simplificações fazem parte das estratégias de enganar pessoas crédulas.
4. O primeiro passo para a felicidade sentimental consiste em aprendermos a ficar razoavelmente bem sozinhos. Trata-se de um aprendizado e requer treinamento, já que nossa cultura não nos estimula a isso. Temos que nos esforçar muito, já que os primeiros dias de solidão podem ser muito sofridos. Com o passar do tempo aprendemos a nos entreter com nossos pensamentos, com leituras, música, filmes, internet, etc. Aprendemos a nos aproximar de pessoas novas e até mesmo a comer sozinhos. Pessoas capazes de ficar bem consigo mesmas são menos ansiosas e podem esperar com mais sabedoria a chegada de amigos e parceiros sentimentais adequados.
5. Temos que aprender a definir com precisão nossos sentimentos. Nós pensamos por meio das palavras e se as usarmos com mais de um sentido poderemos nos enganar com grande facilidade. Cito, a seguir, alguns dos conceitos que tenho usado e o sentido que a eles atribuo. Amor é o sentimento que temos por alguém cuja presença nos provoca a sensação de paz e aconchego. O aconchego representa a neutralização do vazio, da sensação de desamparo que vivenciamos desde o momento do nascimento. O aconchego é um "prazer negativo", ou seja, a neutralização de uma dor que existia - nos leva de uma condição negativa para a de neutralidade. Amizade é o sentimento que temos por alguém cuja presença nos provoca algum aconchego e cuja conversa e modo de ser nos encanta. Segundo essa definição, a amizade é sentimento mais rico do que o amor, já que a pessoa que nos provoca o aconchego - apesar de que menos intenso e, porisso mesmo, gerador de menor dependência - é muito especial e desperta nossa admiração pelo modo como se comporta moral e intelectualmente. Sexo é uma agradável sensação de excitação derivada da estimulação das zonas erógenas, de estímulos visuais e mesmo de devaneios envolvendo jogo de sedução e trocas de carícias tácteis. É evidente que a sexualidade envolve questões muito complexas, que não cabe aqui discutir. Quero apenas enfatizar que sexo e amor correspondem a fenômenos completamente diferentes, sendo que o amor está relacionado com o "prazer negativo" do aconchego e o sexo é "prazer positivo", já que nos excitamos e nos sentimos bem mesmo quando não estávamos mal; o amor nos leva do negativo para o zero, ao passo que o sexo nos leva do zero para o positivo. Amor, sexo e amizade podem existir separadamente e também podem coexistir. A mesma pessoa pode nos provocar aconchego e desejo sexual mesmo sem nos encantar intelectualmente; nesse caso, falamos de amor e de sexo. Podemos estabelecer um elo de amizade e sexo sem o envolvimento maior do amor. Podemos vivenciar o sexo em estado puro, assim como o amor - como é o caso do amor que podemos sentir por nossa mãe, que independe de suas peculiaridades intelectuais e não tem nada a ver com o sexo.
6. A escolha amorosa adequada se faz quando o outro nos desperta o amor, a amizade e o interesse sexual. A essa condição tenho chamado de +amor, mais do que amor. Amigos são escolhidos de modo sofisticado e de acordo com afinidades de caráter, temperamento, interesses e projetos de vida (falo dos poucos amigos íntimos e não dos inúmeros conhecidos que temos). A escolha amorosa deverá seguir os mesmos critérios, sendo que a escolha depende também de um ingrediente desconhecido e indecifrável - porque escolhemos esse e não aquele parceiro? Não é raro que no início do processo de intimidade a sexualidade não se manifeste em toda sua intensidade. Isso não deve ser motivo de preocupação, já que faz parte dos medos que todos temos quando estamos diante de alguém que nos encanta de modo especial.
7. O medo relacionado com o encantamento amoroso é que determina o estado que chamamos de paixão: paixão é amor mais medo! Temos medo de perder aquela pessoa tão especial e do sofrimento que, nessa condição, teríamos. Temos medo de nos aproximarmos muito dela e de nos diluirmos e nos perdermos de nós mesmos em virtude de seus encantos. Temos enorme medo da felicidade, já que em todos nós os momentos extraordinários se associam imediatamente à sensação de que alguma tragédia irá nos alcançar - o que, felizmente, corresponde a uma fobia, ou seja, um medo sem fundamento real. As fobias existem em função de condicionamentos passados e devem ser enfrentadas de modo respeitoso mas determinado.
8. Para ser feliz no amor é preciso ter coragem e enfrentar o medo que a ele se associa. Esse é um exemplo da utilidade prática do conhecimento: ao sabermos que o amor - aquele de boa qualidade, que determina a tendência para a fusão e provoca a enorme sensação de felicidade - sempre vem associado ao medo, não nos sentimos fracos e anormais por sentirmos assim. Ao mesmo tempo, adquirimos os meios para, aos poucos, ir ganhando terreno sobre os medos e agravando a intimidade com aquela pessoa que tanto nos encantou.
9. Quando o medo se atenua, desaparece a paixão. Isso não deve ser entendido como o enfraquecimento ou o fim do sentimento amoroso pleno. Sobrou "apenas" o amor. O que acaba é o tormento, o "filme de suspense". Fica claro que a coragem é requisito básico para a vitória sobre o medo e a realização do encontro amoroso. O encontro é menos ameaçador quando somos mais independentes e capazes para ficar sozinhos; nossa individualidade mais bem estabelecida nos faz menos disponíveis para a tendência à fusão que é usual no início dos relacionamentos mais intensos. Quando o medo se atenua costuma aumentar o desejo sexual. Se o parceiro escolhido for também um amigo não faltarão ingredientes para a perpetuação do encantamento. Desaparece o medo mas não desaparecerá o encantamento, a menos que a única coisa interessante fosse o "filme de suspense" - e se for esse o caso é melhor que o relacionamento termine aí. No +amor assim constituído, o encantamento só desaparecerá se desaparecer a admiração.
10. A admiração só desaparecerá se houverem abalos graves na confiança ou se tiver havido grave engano na avaliação do parceiro. É evidente que ao longo de um convívio íntimo com uma pessoa com a qual temos muita afinidade surgirão também diferenças de todo o tipo. Não existem "almas gêmeas", de modo que nem todos os pontos de vista serão afinados, nem todos os hábitos serão compatíveis, etc. É o momento em que surge uma certa decepção e dúvidas acerca do acerto da escolha. É nesse ponto que percebemos que a escolha amorosa se faz tanto com o coração como com a razão: a admiração deriva de uma avaliação racional do outro, ainda que o façamos de modo camuflado porque aprendemos que o amor é uma mágica determinada pelas flechas do Cupido. A avaliação da importância das diferenças que finalmente se revelaram determinará a evolução, ou não, do relacionamento. A serenidade na análise de situações dessa natureza só pode acontecer com pessoas portadoras de boa tolerância a frustrações e contrariedades. Assim, a maturidade emocional que se caracteriza pela capacidade de suportarmos bem as dores da vida é requisito indispensável para a felicidade amorosa.
11. É preciso muita atenção, pois o medo tende a se esconder atrás das dúvidas que derivam das diferenças no modo de ser do outro, do menor desejo sexual inicial e também das eventuais dificuldades práticas derivadas das circunstâncias da vida daqueles que se encontraram e se encantaram. O medo é sempre presente e se formos mais honestos conosco mesmos saberemos melhor separá-lo de seus disfarces. É porisso que o conhecimento, que determina crescimento e fortalecimento da razão, é tão útil para que possamos avançar até mesmo nas questões emocionais. A coragem é a força racional que pode se opor e vencer o medo. Ela cresce com o saber e as convicções e também com a maturidade emocional que nos faz mais competentes para corrermos riscos e eventualmente tolerarmos alguns fracassos.
12. A maturidade moral dos que se amam é indispensável para que se estabeleça a mágica da confiança, indispensável para que tenhamos coragem de enfrentar o medo de sermos traídos ou enganados, o que geraria um dos maiores sofrimentos a que nós humanos estamos sujeitos. Não podemos confiar a não ser em pessoas honestas, constantes e consistentes. Assim sendo, este é mais um requisito para que possamos ser felizes no amor. Temos que possuir esta virtude moral e valorizá-la como indispensável no amado. Não há como estabelecermos um elo sólido e verdadeiro com um parceiro não confiável a não ser que queiramos viver sobre uma corda bamba.
13. São tantos os requisitos básicos para que o +amor se estabeleça que não espanta que ele seja tão incomum mesmo sendo uma felicidade possível para todos. Temos que nos esenvolver emocionalmente até atingir a maturidade que nos permita competência para lidar com frustrações. Temos que avançar moralmente para nos tornarmos confiáveis. Temos que ganhar conhecimento mais sofisticado e útil sobre o amor para que possamos ter uma razão geradora da coragem necessária para ousarmos nessa aventura. Temos que ter competência para ficar sozinhos para que possamos desenvolver melhor nossa individualidade e não nos deixarmos seduzir pela tentação da fusão romântica e a excessiva dependência, além de podermos esperar com paciência a chegada de um parceiro adequado. As virtudes necessárias à felicidade sentimental são todas elas "virtudes democráticas", ou seja, acessíveis a todos e cuja presença em uns não impede que surjam nos outros - é sempre bom lembrar que o mesmo não acontece, por exemplo, com o dinheiro: para que uns tenham bastante é inevitável que muitos outros tenham pouco. As virtudes democráticas podem existir em todos aqueles que se empenharem no caminho do crescimento interior. Acontece que elas não são fáceis de serem conquistadas e nem se pode chegar a elas a não ser por meio de uma longa e persistente caminhada. Não existem atalhos e o trajeto pode demorar anos. O caminho é, por vezes, penoso mas ainda assim fascinante. Trata-se de uma densa viagem para dentro de nós mesmos, na direção do auto-conhecimento.
14. Quando estamos prontos, o parceiro adequado acaba se mostrando diante de nossos olhos. Não precisamos nos esforçar, sair de nossas rotinas de vida e buscar ativamente o encontro amoroso. Tudo irá acontecer quando for chegada a hora e sempre é bom ter paciência, já que esperar com serenidade é uma das condições mais difíceis de vivenciarmos.
15. Se tudo isso lhe pareceu muito racional, lógico e frio, engano seu. Todos esses passos vão nos acontecendo sob a forma de emoções e vivências que se dão espontaneamente, sendo que as reflexões deverão servir apenas de roteiro para que não nos sintamos tão perdidos. Desde a adolescência experimentamos vários tipos de relacionamentos e deveremos ir aprendendo a entender tudo o que está nos acontecendo e todas as nossas ações e reações. Primeiro vivenciamos e depois devemos refletir sobre o que aconteceu. Assim, não existe real antagonismo entre emoções e razão; uma complementa a outra. Reflexões adequadas e consistentes determinam avanços emocionais, que permitem reflexões mais sofisticadas, geradoras de avanços emocionais ainda maiores, e assim por diante. Estabelece-se um círculo virtuoso que deverá criar condições de felicidade sentimental para todos aqueles que se empenharem realmente na rota do crescimento emocional. A felicidade sentimental é a recompensa acessível a todos os que completarem o ciclo mínimo de evolução emocional.


O Que Torna uma Mulher Atraente?

Sempre que me fazem questões como a do título desta coluna, fico admirado com a nossa ignorância, principalmente sobre as coisas mais simples. Tentarei fazer algumas observações sobre o assunto, sem a pretensão de esgotá-lo ou de lançar grande luz sobre essa obscura área de nossa vida.A primeira observação tem a ver com a postura dos seres humanos em relação uns aos outros. Todos nós temos muito medo dos nossos semelhantes, e não apenas em situações que envolvem clara ameaça à integridade física. Há medos ligados à nossa instabilidade emocional. Ou seja: a partir da enorme importância que damos a uma pessoa, tememos ser rejeitados, humilhados ou desprestigiados por ela. Ou tememos o envolvimento emocional sem sermos correspondidos.Muitos de nós têm o medo inverso: provocar o encantamento amoroso no outro e depois não saber como desvencilhar-se dele. Isso tudo sem falar nos temores ligados ao sexo, especialmente na mulher: medo de despertar um desejo tão intenso que o homem não se contenha e “avance o sinal”, mesmo sem seu consentimento (o estupro e suas versões mais “suaves”, como o assédio sexual). Esse tipo de medo do erotismo pode ser agravado pela dúvida que muitas mulheres têm sobre sua própria capacidade de resistir ao assédio.Creio que podemos dividir as pessoas em dois tipos predominantes, de acordo com a intensidade do seu medo e da sua coragem para lidar com ele. Quando é o medo que predomina, a pessoa se encolhe diante da aproximação do outro. Quando o medo não é o vencedor, ela se abre. A do primeiro tipo coloca uma barreira, se fecha numa fortaleza. Seu interlocutor registrará essa reação de várias maneiras, sentindo a rejeição e o desinteresse de quem se fechou diante da sua aproximação. Dificilmente compreenderá que se trata de uma reação derivada do medo, e muito menos que esse medo será tanto maior quanto mais encantador e interessante ele próprio for. Afinal, nossos sentimentos de inferioridade nos levam a uma rápida adesão às hipóteses que nos depreciam!As pessoas do segundo tipo demonstram mais claramente o que se passa dentro delas diante da aproximação de outro ser. São efusivas nas manifestações de simpatia e mesmo de interesse sexual, demonstrando menos medo de ser rejeitadas pelo outro. Este, por sua vez, sente-se prestigiado e tende a olhar com mais interesse e simpatia para quem o fez sentir-se bem. Ainda que, por vezes, os sinais de alegria possam ser falsos, o resultado prático é o uma sensação de conforto e gratificação por parte do interlocutor.As pessoas que reagem à aproximação do outro com uma atitude receptiva e de abertura – falsa ou verdadeira – parecem mais atraentes e sensuais. As que se fecham e evitam o sorriso e o cruzar dos olhares parecem menos sensuais. É evidente que esse não é o único ingrediente dessa questão extremamente complexa.
Ao medo antecipado que tantas vezes sentimos diante de desconhecidos damos o nome de timidez. A timidez determina uma atitude de introversão: a pessoa se volta para o seu interior, de forma a conhecer melhor a própria subjetividade. A dificuldade que ela sente nos relacionamentos poderá redundar em grandes benefícios em termos de autoconhecimento.A abertura em relação aos outros corresponde à extroversão. Não fosse por certas peculiaridades que abordaremos na próxima semana, eu diria que a qualidade é uma postura mais ousada e corajosa em relação à vida e às pessoas. Isso pode ser verdade em alguns casos, mas não é a regra. Em todo o caso, essa ousadia, falsa ou verdadeira, aparece como importante fator para que o extrovertido seja visto como mais atraente e sensual que o tímido e introvertido.



Pensar de forma mais rigorosa é condição necessária para quem deseja ser mais feliz.


1. Pensamos por meio de palavras e frases. Em nosso processo de reflexão elas desempenham um papel semelhante ao dos números na matemática. Qualquer erro no uso das palavras determina um engano que, na seqüência dos pensamentos, tenderá a se amplificar e nos conduzirá a conclusões cada vez mais equivocadas. Não se trata de insistir para que sejamos mais atentos ao significado das palavras que utilizamos apenas por purismo ou por um anseio perfeccionista. Trata-se de não utilizarmos mal nossa mente, já que ela funciona a partir das palavras, frases e suas conclusões que delas extraímos. Qualquer erro poderá ter conseqüências desastrosas para nosso futuro. O mais grave é que teremos cada vez mais dificuldade para detectar onde ele está, já que ele costuma se perder na cadeia das nossas reflexões.
2. A forma mais comum de engano no nosso sistema de pensamento deriva de usarmos uma mesma palavra com mais de um sentido. No caso em questão, a palavra é AMOR. Na linguagem coloquial, amor é usado como sinônimo de solidariedade, como amor por tudo e por todos aqueles que estão sobre a Terra. “Eu te amo” é uma expressão usada por um sedutor que conheceu sua "vítima" há poucos minutos e deseja levá-la para a cama. Pessoas alegres e pouco criteriosas se dizem encantadas e amam com facilidade cada nova pessoa que conhecem. Uma pessoa egoísta empenhada em se mostrar feliz consigo mesma não titubeia em afirmar: “eu me amo”. Estamos diante de diferentes usos da mesma palavra: uso equivocado, vazio, idealizado ou maroto. Usamos a palavra amor como o coringa em certos jogos: ela serve para todos os momentos e para todas as situações.
3. Amor é palavra usada e abusada. É dita por quem tem alguma idéia acerca do seu significado e também por aqueles que a repetem apenas por imitação. Usa-se mais a palavra amor do que vive-se o sentimento. E quantas são as pessoas que se sentem felizes no amor? Pouquíssimas. E quem é capaz de definir o que seja o amor? Quase ninguém. E como podemos pretender nos dar bem nesse campo se não sabemos nem mesmo como conceituar o sentimento? Peço licença para propor uma definição de amor. Sugiro que acompanhem com atenção a seqüência do pensamento para que possamos iniciar a desenrolar esse intrincado novelo de lã. A questão é fundamental, pois envolve emoções que nos são fundamentais e em torno das quais temos sofrido muito. Envolve também um exercício de reflexão, uma introdução à arte de pensar com rigor e precisão, condição importantíssima a ser respeitada quando pretendemos nos aprofundar em qualquer setor da nossa subjetividade -- ao menos por aqueles que pretendam desenvolver uma vida íntima rica, gratificante e criativa.
4. Defino o amor como o sentimento que vivenciamos em relação àquela pessoa cuja presença nos provoca a agradável sensação de aconchego. O aconchego é fundamental para nós, já que, desde o nascimento, nos sentimos desamparados, ameaçados, inseguros e incompletos. Nosso primeiro objeto do amor é nossa mãe. O objeto do amor vai se modificando ao longo da vida, mas em cada fase corresponde a um objeto definido. Assim, o amor é um fenômeno interpessoal, já que amamos alguém cuja presença nos aconchega. De acordo com essa definição, não pode existir amor por si mesmo, posto que não me sinto completo e aconchegado quando estou sozinho. Se me sentisse assim pleno em mim mesmo, o mais provável é que não existiria o amor por outra pessoa, uma vez que o convívio íntimo implica em concessões e dificuldades que só são enfrentadas em decorrência dos benefícios que experimentamos a partir dessa intimidade.
5. Não tenho a menor dúvida de que sexo e amor correspondem a impulsos completamente diferentes, apesar de que sempre foram tratados com parte de um mesmo instinto, especialmente por parte da psicologia psicanalítica tão influente no século XX. Temos que ter a coragem de discordar até mesmo dos grandes mestres. Não podemos continuar a repetir suas falas como papagaios. Temos que poder pensar por conta própria. Do meu ponto de vista o sexo corresponde a um fenômeno instintivo que se caracteriza pela sensação de excitação que experimentamos ao tocarmos nossas zonas erógenas. Essa é sua manifestação primeira e que se dá pelo fim do primeiro ano de vida. É evidente que o processo se sofistica principalmente a partir da puberdade, quando surgem as diferenças físicas entre os sexos e onde entra em cena a excitação que deriva dos estímulos visuais e também aqueles que derivam de fantasias que nossa mente é capaz de construir. De todo o modo, as diferenças entre amor e sexo são gritantes: amor é a sensação de prazer que deriva do fim da dor relacionada com o desamparo; sexo é um prazer positivo, já que independe da existência prévia de uma dor ou desconforto. O amor é interpessoal, uma vez que o aconchego depende da presença de uma outra pessoa; o sexo é pessoal, posto que a estimulação das zonas erógenas pode ser feita pela própria pessoa. O amor é sentido por um objeto definido, ao passo que a excitação sexual independe de objeto definido e pode ser despertada por múltiplas pessoas em um tempo muito curto. Amor e sexo são impulsos completamente diferentes, que podem ser vivenciados separadamente. É claro também que combinam muito bem e nada é mais agradável do que trocar carícias eróticas com aquela pessoa que também nos provoca a sensação de aconchego!
6. A partir dessas definições precisas -- e que podem não ser as melhores, substituíveis a qualquer momento por outras igualmente rigorosas -- fica claro como é difícil sustentar como interessantes as expressões “amor próprio”, “amor ao próximo” e principalmente “fazer amor”. Fica difícil também entender como é que se perpetuou o uso de “auto-estima”, já que, de alguma forma significa o mesmo que amor por si mesmo. Vamos tentar desfazer essa confusão passo por passo. Fazer amor é expressão usada como sinônimo de trocas eróticas, o que não tem nada a ver com o fenômeno amoroso. Acredito que a expressão foi cunhada com o intuito de “purificar” os “pecados” do sexo, uma vez que a palavra “amor” daria dignidade e beleza ao que era visto como sujo e indigno. Amor é um sentimento e não se “faz” um sentimento. É comum que as trocas eróticas se dêem entre aqueles que se amam. Porém, não sei se a prática sexual não é mais comum entre os que não se amam -- e que muitas vezes nem mesmo se conhecem. Transar é expressão bastante mais adequada para descrever as trocas eróticas que envolvem um relacionamento sexual.
7. Amor ao próximo pressupõe um sentimento difuso de amor por todas as pessoas, o que não está de acordo com a idéia de que o sentimento só se manifesta em relação a quem nos provoca aconchego. Pode existir uma certa sensação de aconchego quando nos sentimos integrados em um grupo maior, como por exemplo quando nos sentimos parte de um povo, de uma pátria. Penso que a melhor palavra para definir esse outro tipo de aconchego derivado de nos sentirmos integrados em um todo maior é solidariedade. Solidariedade é um sentimento humano sofisticado, através do qual nos integramos em uma dada comunidade. Nos sentimos parte dela, co-responsáveis por seu destino e dispostos mesmo a morrer em sua defesa. Nossa identidade se afrouxa, de modo que nos tornamos antes uma ínfima parte daquele todo e depois nós mesmos. Nosso destino se identifica com o destino daquele grupo. O sentimento pode nos fazer integrado a toda a humanidade, o nos permite entender as palavras do poeta quando ele fala “desses pobres de nós seres humanos”.
8. Outras vezes usamos, inadequadamente, a expressão amor ao próximo para descrever situações nas quais não estamos integrados mas estamos preocupados com as pessoas que nos cercam. Compaixão descreve um sentimento derivado de nos sentirmos sofridos em virtude de nos identificarmos com o sofrimento daqueles que estão à nossa volta. Determina um desejo de ajudar aqueles que estão necessitados. É um sentimento vivido por alguém que se encontra em uma boa condição mas que se incomoda com o fato dela não ser compartilhada por outros membros do grupo. Na solidariedade, somos parte do grupo e nos sentimos integrados nele. Na compaixão, estamos fora do grupo e sofremos com as dores dele. Em nenhum dos casos cabe a expressão “amor ao próximo”, quase sempre usada quando nos preocupamos com o destino daqueles que nos cercam e principalmente quando nos preocupamos em ajudar os que estão próximos. Daí outra confusão, através da qual se costuma dizer que “amar é dar”. Amar é amar e dar é dar! Trata-se de dois verbos com significado completamente diferente.
9. Amor próprio e auto-estima derivam da idéia de que existiria um efetivo amor por si mesmo, o que contraria frontalmente a definição de amor que venho defendendo há 25 anos. Acontece que existe alguma coisa que sentimos em relação a nós mesmos. Só que não se trata de um ingrediente amoroso e sim sexual. Não existe amor por si mesmo mas existe um importante elemento auto-erótico. Existe um tipo de excitação sexual que deriva de nos sentirmos importantes, valorizados, olhados com admiração. Corresponde ao que chamo de vaidade. Vaidade é conceito mais útil do que narcisismo, já que esse último implica na continuidade da confusão entre sexo e amor. Narcisismo não seria amor por si mesmo mas sim erotismo focado em si mesmo; para esse fim, a palavra vaidade presta melhores serviços. Por força da interferência da razão, a vaidade também está a serviço da preservação da nossa integridade. Ela nos protege contra ofensas sutis à nossa pessoa, aquelas que ferem nossa vaidade. Ela nos protege porque, quando ofendidos , sentimos o oposto da sensação positiva da vaidade, que é a humilhação. Humilhação é a dolorosa sensação que vivenciamos quando somos depreciados, olhados com desprezo ou desdém. Dizemos que temos amor próprio quando nos insurgimos contra situações de humilhação. O termo ideal para substituir amor próprio talvez seja orgulho - ou seria honra? Nos sentimos ofendidos e gravemente feridos quando somos tratados de modo desconsiderado, o que nos provoca a sensação de humilhação, o que ofende nosso orgulho. O fenômeno não é amoroso e a ofensa nos incomoda mesmo quando vem de alguém que mal conhecemos. É claro que nos magoa mais quando somos agredidos por aqueles que nos são caros - e mais ainda pelo amado.
10. Auto-estima, apesar de estima significar afeição, diz respeito ao juízo que fazemos de nós mesmos. Nossa auto-estima é boa quando somos e agimos de uma forma que nós próprios aprovamos; a auto-estima é baixa quando nós mesmos não estamos concordando com nossos procedimentos. É claro que a opinião dos outros pode interferir em nossa auto-estima. Porém, um elogio ou qualquer ação externa que nos enalteça não nos provocará nenhum efeito se não estivermos satisfeitos com nossas posturas. É fato também que uma crítica vinda de fora, dirigida a quem já está tendo um juízo negativo de si mesmo, será muito mais facilmente absorvida. Não consigo pensar numa boa expressão que substitua “auto-estima” com vantagem. Reafirmo, porém, que não se trata de gostar de si mesmo e que uma boa auto-estima depende de estarmos vivendo de acordo com nossas próprias convicções.
11. O que pensar quando se ouve uma multidão de indivíduos repetir, sem qualquer esforço reflexivo, que “para ser capaz de amar uma pessoa tem que, antes, amar a si mesma”? A frase lembra aquela que se lê na Bíblia, que pede que amemos o próximo como a nós mesmos. Não sou um bom entendedor do texto bíblico mas creio que o termo amor foi usado num sentido muito mais amplo do que descrevi nesse texto. Penso que o texto bíblico pede às pessoas que tratem seus semelhantes com a consideração, respeito e zelo que esperam ser tratados. A reflexão é antes de tudo moral, na qual uma pessoa não deveria se atribuir mais direitos do que aqueles atribuídos às outras. Não creio que esteja se referindo ao relacionamento íntimo entre duas pessoas. Por outro lado, se refletirmos sob a ótica da psicanálise, o narcisista -- aquele que, segundo essa teoria, ama a si mesmo -- não é capaz de amar outras pessoas. O amor se concentra em si mesmo por medo de se deslocar em direção ao outro. Medo sim, pois sabemos que o amor envolve risco de sofrimento derivado de uma eventual perda; sabemos que o narcisista é criatura imatura e que, por tolerar mal dores e frustrações, não se arrisca. Assim, não tendo capacidade para amar, apenas espera receber amor dos outros, além de amar a si mesmo. Essa também não é minha convicção, já que pessoas assim imaturas e medrosas não têm boa auto-estima. Fingem estar bem consigo mesmas mas é só aparência. No fundo, sabem que são um blefe e por isso mesmo se tornam invejosas daqueles que são mais corajosos. Assim, não creio que se amem, de modo que, mesmo se respeitarmos as teses psicanalíticas, não deveriam ser chamadas de narcisistas. Se existisse amor por si mesmo, como já escrevi, provavelmente não existiria o amor como o vivenciamos. Quem é corajoso, ousa amar e tenta aliviar o desamparo através do aconchego que a presença do outro determina. Quem tiver boa auto-estima -- e isso é muito diferente de amar a si mesmo -- será, isso sim, capaz de escolher melhor o parceiro, uma vez que se considerará com direito a uma companhia à altura do julgamento que faz de si mesmo.

PENSAMENTOS

Mahatma GandhiMohandas Karamchand Gandhi, pacifista indiano, 1869-1948


"A alegria está na luta, na tentativa, no sofrimento envolvido. Não na vitória propriamente dita."


"A arte da vida consiste em fazer da vida uma obra de arte !"


"A força não provém de uma capacidade física e sim de uma vontade indomável."


"A grandeza de uma nação e o seu progresso moral pode ser medido pelo modo como seus animais são tratados."


"A minha fé mais profunda é que podemos mudar o mundo pela verdade e pelo amor."


"Assim como uma gota de veneno compromete um balde inteiro, também a mentira, por menor que seja estraga toda nossa vida."


"A violência é o último recurso da incapacidade."


"Dai-me um povo que acredita no amor e vereis a felicidade sobre a terra."


"Deus responde à prece à sua própria maneira, não à nossa."


"Não existe um caminho para a paz; a paz é o caminho."


"Nós devemos ser a transformação que queremos ver no mundo."


"Nunca perca a fé na humanidade, pois ela é como um oceano. Só porque existem algumas gotas de água suja nele, não quer dizer que ele esteja sujo por completo."


"O amor é a força mais abstrata, e também a mais potente, que há no mundo."


"É ocioso pensar sobre o justo o e injusto, o certo e o errado e os feitos passados. O útil é analisar, e se possível extrair uma lição para o futuro."


"O único tirano que aceito nesse mundo é a pequena voz silenciosa que há dentro de mim."


"Que a nossa mensagem seja a nossa própria vida."


"Se cuidamos do hoje, Deus cuidará do amanhã."


"Você deve ser o exemplo da mudança que deseja ver no mundo."


MENSAGEM do dia 11/06/07


A Flor da Honestidade


Conta-se que por volta do ano 250 a.C, na China antiga, um príncipe da região norte do país, estava às vésperas de ser coroado imperador, mas, de acordo com a lei, ele deveria se casar. Sabendo disso, ele resolveu fazer uma "disputa" entre as moças da corte ou quem quer que se achasse digna de sua proposta. No dia seguinte, o príncipe anunciou que receberia, numa celebração especial, todas as pretendentes e lançaria um desafio. Uma velha senhora, serva do palácio há muitos anos, ouvindo os comentários sobre os preparativos, sentiu uma leve tristeza, pois sabia que sua jovem filha nutria um sentimento de profundo amor pelo príncipe. Ao chegar em casa e relatar o fato à jovem, espantou-se ao saber que ela pretendia ir à celebração, e indagou incrédula: - Minha filha, o que você fará lá? Estarão presentes todas as mais belas e ricas moças da corte. Tire esta idéia insensata da cabeça, eu sei que você deve estar sofrendo, mas não torne o sofrimento uma loucura. E a filha respondeu: - Não, querida mãe, não estou sofrendo e muito menos louca, eu sei que jamais poderei ser a escolhida, mas é minha oportunidade de ficar pelo menos alguns momentos perto do príncipe, isto já me torna feliz. À noite, a jovem chegou ao palácio. Lá estavam, de fato, todas as mais belas moças, com as mais belas roupas, com as mais belas jóias e com as mais determinadas intenções. Então, finalmente, o príncipe anunciou o desafio: - Darei a cada uma de vocês, uma semente. Aquela que, dentro de seis meses, me trouxer a mais bela flor, será escolhida minha esposa e futura imperatriz da china. A proposta do príncipe não fugiu às profundas tradições daquele povo, que valorizava muito a especialidade de "cultivar" algo, sejam costumes, amizades, relacionamentos etc... O tempo passou e a doce jovem, como não tinha muita habilidade nas artes da jardinagem, cuidava com muita paciência e ternura a sua semente, pois sabia que se a beleza da flor surgisse na mesma extensão de seu amor, ela não precisava se preocupar com o resultado. Passaram-se três meses e nada surgiu. A jovem tudo tentara, usara de todos os métodos que conhecia, mas nada havia nascido. Dia após dia ela percebia cada vez mais longe o seu sonho, mas cada vez mais profundo o seu amor. Por fim, os seis meses haviam passado e nada havia brotado. Consciente do seu esforço e dedicação a moça comunicou a sua mãe que, independente das circunstâncias retornaria ao palácio, na data e hora combinadas, pois não pretendia nada além de mais alguns momentos na companhia do príncipe. Na hora marcada estava lá, com seu vaso vazio, bem como todas as outras pretendentes, cada uma com uma flor mais bela do que a outra, das mais variadas formas e cores. Ela estava admirada, nunca havia presenciado tão bela cena. Finalmente chega o momento esperado e o príncipe observa cada uma das pretendentes com muito cuidado e atenção. Após passar por todas, uma a uma, ele anuncia o resultado e indica a bela jovem como sua futura esposa. As pessoas presentes tiveram as mais inesperadas reações. Ninguém compreendeu porque ele havia escolhido justamente aquela que nada havia cultivado. Então, calmamente o príncipe esclareceu: - Esta foi a única que cultivou a flor que a tornou digna de se tornar uma imperatriz. A flor da honestidade, pois todas as sementes que entreguei eram estéreis.

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A honestidade é como uma flor tecida em fios de luz, que ilumina quem a cultiva e espalha claridade ao redor.